sexta-feira, 11 de julho de 2014

Peidô é?

- Hunnn! Quem peidou?
Que maravilhosa descoberta nesta matéria de O Globo: Cheirar flatulências pode prevenir câncer e outras doenças, diz estudo (clique e confira).

Lembro-me do meu avô em sua sapataria, enquanto seus netos o ajudavam no fundo da loja, de repente ele soltava um peido fedido e depois seguia para a frente da loja respirar ar puro enquanto eu e meus irmãos ficávamos respirando esse tal sulfeto de hidrogênio. Logo saíamos correndo atrá do vô, segurando o riso, pois ele era muito severo.

Valeu vô, que desde cedo nos deu esse tratamento para nos previnir de riscos de câncer, acidentes vasculares cerebrais, ataques cardíacos, artrite e demência. 

segunda-feira, 7 de julho de 2014

Tanto tanto



Tanto de tanto de tanto fui
Tanto de tanto de tanto sou

Tanto de mim que tanto se foi
Tanto de mim que tanto ganhou
Tanto de mim que tanto quero
Tanto de mim que tanto quebro

Tanto de gente que tanto partiu
Tanto de gente que tanto chegou
Tanto de coisas que tanto fiz
Tanto de coisas que tanto perdi

Tanto de beijos que tanto dei
Tanto de beijos que tanto neguei
Tanto de tudo que de tudo tanto
Tudo de tanto que de tanto tudo

Dênis Goyos


terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Osso duro de roer!

No último domingo pela manhã, um pouco antes de terminar o tal jogo do “vai curintchia!”, eu estava indo para CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil), desci na estação Sé do metrô e fui caminhando até o CCBB quando um menino de rua me abordou pedindo dinheiro. Eu disse que não tinha nada, sorri, fiz um “joinha” e continuei andando. Mas o menino, que deveria ter no máximo uns 13 anos, resolveu me seguir e insistia na abordagem de maneira cada vez mais ameaçadora, ele queria me assaltar. Como era um dia meio chuvoso eu carregava o meu guarda-chuva e, em um certo momento, parei de sorrir para o menino e levantei o guarda chuva esbravejando para que parasse de me perturbar. Deu certo! Ele se assustou com minha reação e correu.

Porém, seguindo meu percurso, vi pedras passado ao meu lado – era o menino que lançava sobre mim, e vinha cada vez mais perto tentando me atingir. Acelerei meu passo e entrei numa rua, que fazia parte da minha rota até o CCBB, onde havia algumas pessoas em frente à um bar, inclusive dois policias com sua viatura, todos assistiam compenetrados ao jogo do Corinthians na TV do bar. Não tive dúvida, fui pedir auxílio ao policial:

- Por favor, tem um moleque que veio tentar me assaltar, dei um “chega prá lá” nele, mas agora está me seguindo e atirando pedras em mim...
- Bate nele – respondeu o policial secamente, sem tirar os olhos da TV do bar.
- O quê?
- Bate nele! - reafirmou o policial de maneira mais incisiva, agora sim olhando com desprezo para mim..
- Eu não posso bater nele - respondi, sem acreditar no que ele me dizia, mas ele ainda argumentou, sempre daquela maneira “gentil” que só nossa polícia sabe ser:
- Pode sim. O que você não pode é apanhar do menino!

O outro policial, que até então não tinha nem olhado para a minha cara, de maneira impaciente, como se eu estivesse atrapalhando alguma coisa (de certo o futebol que ele assistia) resolveu tomar uma atitude, ainda que à contra gosto:

- Onde foi isso, heim? Vou lá dar uma olhada – e desceu a rua.

Claro que o menino já tinha desaparecido na poeira da cidade, sorte a dele, eu não queria que o policial o encontrasse nesta altura do campeonato.

Mas o que mais me deixou indignado e assustado com este episódio, não foi a tentativa de assalto do menino, nem as pedras que atirava em mim - de certo modo, infelizmente, o menino cumpria seu papel, era de se esperar - mas o policial me aconselhando a bater no menino... é este o papel da polícia?

domingo, 1 de janeiro de 2012

Depois de 40 dias e 40 noites pelos alpes franceses...

Mais uma vez estou passando as férias nos Alpes franceses, na casa da minha irmã Daniela, longe do ap.4. Para registrar os momentos preciosos desta magnífica viagem, eu e a Paula (companheira nesta aventura gelada) criamos micro-reportagens incríveis sobre os pontos turísticos mais inusitados que encontramos em nossas andanças, durante 40 dias e 40 noites aos arredores dos Alpes.

Este foi o primeiro ponto que deu origem à esta série de micro-reportagens:

 


Em uma caminhada noturna, em meio de muita neve, um encontro divino:



Agora, com a neve já um pouco derretida e, depois de caminhar 40 dias e 40 noites, chegamos a um impasse:

 


Este vídeo rendeu uma videocassetada!





E finalizando a saga dos Alpes, enfim encontro o famoso Mont Blanc:




Logo mais colocarei outros vídeos fantánticos desta viagem, aguardem!

quarta-feira, 4 de março de 2009

Tatara-tatara-tatara-tatara... tataravô Ruivo!


Eis as minhas origens genéticas... agora já podem parar de me perguntar de onde vem a cor dos meus cabelos! Cansei de dizer que meus pais não são ruivos e, muito menos, o padeiro! Pesquisando minha árvore genealógica descobri minhas origens numa matéria da que saiu na revista Época:

Em 2001, descobriu-se que os homens de Neandertal eram ruivos. Desde então, especula-se se os cabelos ruivos, presentes em 2% da humanidade, teriam sido herdados deles. Pääbo calcula que as duas espécies têm entre 99,5% e 99,9% de genes idênticos. Trata-se da mesma diferença genética (de até 0,5%) que se observa entre os 6,7 bilhões de humanos. Será que os homens de Neandertal formavam outra espécie? Ou eram gente como a gente?

Ah, e outra coisa meus amigos, notem que vocês são privilegiados por conhecer alguém ruivo. Mais privilegiados ainda, são os que jogam cartas no
ap.4, onde podem encontrar, frequentemente, outra espécime de ruivo (o ZeRo). Afinal, se os ruivos fazem parte de apenas 2% da humanidade e, nos carteados do ap.4 aparecem em média uns 15 jogadores, dos quais DOIS! são ruivos, isto é uma extraordinária raridade. Portanto podem nos bajular bastante - já viram no outro post (abaixo) que sofremos com o preconceito só porque temos estes lindos cabelos cor de fogo. Então, tratem-nos com muitos mimos, amor, carinho, atenção, zelo, respeito e etc, etc e etc.

UGA-UGA!
.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Fotógrafa retrata fascínio e preconceito contra ruivos

Uma exposição em Londres está mostrando a obra da fotógrafa inglesa Jenny Wicks, que retratou o fascínio e o preconceito sofrido por pessoas ruivas.

A exposição Raiz de Gengibre: Um estudo sobre cabelo vermelho - a palavra "ginger" ("gengibre") também significa "ruivo" em inglês - está em cartaz na galeria Idea Generation. A obra de Jenny Wicks sobre pessoas ruivas já gerou um livro e um filme.


Segundo a fotógrafa, a exposição destina-se a mostrar como a sociedade vê os ruivos, um traço físico que é comum na Irlanda e na Escócia, mas mais raro no resto do mundo.


Alguns dos retratados falam do preconceito que sofrem por ter cabelo ruivo.


"A reação da minha mãe ao descobrir que seu primeiro filho era ruivo foi chorar incontrolavelmente", disse um dos retratados.


Nicola Walters, outra retratada, afirma que "ser ruiva é definitivamente algo que eu tive que me acostumar a ser. Quando era pequena, sempre me pareceu que eu estava mais em apuros do que as demais pessoas - simplesmente porque era mais fácil me identificar! Mas hoje eu não mudaria minha aparência por nada deste mundo."


"Geralmente os ruivos são retratados com uma conotação negativa, mas nós queríamos fazer uma exposição que celebrasse esse traço", disse a gerente da galeria, Eloise Rowley.

A fotógrafa Jenny Wicks explica que a morte de sua mãe, que era ruiva, a levou a tentar investigar as pessoas que trazem o gene recessivo que é produz características tão diferentes do resto das pessoas.

"Originalmente, eu fui inspirada por dois dos filhos do meu irmão, que têm cabelo ruivo. O livro é um tributo às pessoas com cabelo desta cor, mas também é uma investigação da loteria genérica que nós todos jogamos", diz Wicks.


Foi a Mawá quem me indicou esta a matéria da BBC Brasil.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Os ruivos precisam de mais anestesia

Só me faltava essa, os ruivos precisam de mais anestesia, em média 20% mais... Adeus dentistas!



Josh Clark. "HowStuffWorks - Os ruivos precisam de mais anestesia?". Publicado em 20 de novembro de 2007 (atualizado em 22 de janeiro de 2008) http://saude.hsw.uol.com.br/ruivos-e-anestesia.htm (05 de outubro de 2008)


Extinção dos ruivos: Desmentindo

Jacob Silverman. "HowStuffWorks - Os ruivos vão ser extintos?". Publicado em 09 de setembro de 2007 (atualizado em 22 de novembro de 2007) http://ciencia.hsw.uol.com.br/extincao-dos-ruivos.htm (05 de outubro de 2008)

domingo, 5 de outubro de 2008

D.D.DRIN no ap.4



Coisas do ap.4! Todas as portas e o guarda–roupas embutido, estavam completamente infestados de cupim. Tentei adiar o quanto pude, não por mim, pois eu queria ter trocado estas portas desde o primeiro dia que cheguei aqui, mas o dono passou um mata cupim, desses que se compra em qualquer super-mercado, e disse que estava tudo sob controle. Em outra ocasião, quando precisei trocar os azulejos da cozinha que estavam estufados, pedi ao proprietário que me deixasse trocar as portas infestadas de cupim. Mas não, o velho mão de vaca disse que não precisava.

Eis que recebo uma intimação do condomínio para eu tomar providências urgentes em relação aos cupins, antes que a praga se espalhasse por todo o prédio. Era o que eu precisava. Levei a intimação para a imobiliária que encaminhou ao dono. Algumas semanas depois, bate à minha porta os filhos do velho, eles vieram conferir o estado das portas. Decretaram que somente as portas do banheiro e a da entrada é que precisavam ser trocadas, as outras eles providenciariam uma detetização, inclusive no guarda-roupas.

Inclusive o guarda-roupas! Só que para passar o veneno no guarda-roupas, eu tive de deixá-lo completamente desocupado, o que de certa forma foi bom para jogar muita coisa velha e inútil fora. Sem contar que eu teria que dormir duas noites fora de casa, pois o veneno é muito forte para gente também.

O mais inusitado de tudo isso, é que desde que voltei de viagem o ap. 4 tem passado por alguns processos de “extermínio” , primeiro os fantasmas e agora os cupins.

Os filhos do proprietário me contaram que viveram toda a infância neste apartamento, com seus pais, até que sua mãe foi vítima de um câncer. Será que os tormentos espirituais deste apartamento tem alguma relação com a morte desta senhora e, que os cupins fazem parte de uma armação do Além para Ela rever seus filhos no ap.4 uma última vez? Acaso ou não, as manifestações Poltergeist cessaram.

Confesso que fiquei bastante entusiasmado quando soube que a detetização seria feita pelo D.D.DRIN – sabe como é, senti aquela nostalgia, lembrando daquelas tardes em frente a TV durante os anos 80, quando passavam os reclames (era assim que chamávamos os comerciais antigamente) mais divertidos da história da TV brasileira. Fiquei com uma infantil expectativa, esperando os detetizadores. Eu já estava imaginando todos os aparatos estrambólicos, as roupas e equipamentos iguaizinhos aos dos Caça Fantasmas!

Mas foi uma grande decepção! Vieram dois funcionários do D.D.DRIN, vestiam uma roupa suja qualquer, com o crachá do D.D.DRIN, seu equipamento era formado por uma furadeira - para perfurar as madeiras infectadas de cupim, onde injetariam o veneno - e uma bomba com o veneno - um cilindro de metal, que parecia um extintor de incêndio com uma mangueirinha um pouco mais comprida.

Sendo assim, para me consolar fui até o Youtube matar a saudade do D.D.D.RIN da minha infância... 

D.D.DRIN e fim nos meus cupins!

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Arcanjo São Miguel, proteja o ap.4!


I
Maupassant e o ap.4



Mais uma vez tirei férias do ap.4, desta vez fui mais longe, fui de muchilão nas costas explorar o Velho Continente. Apesar da fantástica experiência, por ora, não escreverei sobre a viagem, pois o ap.4, do qual eu estava de férias, continuava em plena atividade... e que atividades!

A Gabriella ficou morando aqui, no ap.4, durante estes dois meses em que eu viajava. Foi bom para mim, pois ela me ajudou a pagar as contas do apê neste período, e foi bom para ela, que recém chegada de Las Vagas, onde morou nos últimos três anos, teria uma casinha só pra ela.

Na minha biblioteca deixei um livro de contos fantásticos de Guy de Maupassant, o qual eu já havia terminado de ler. Contos assustadores! Dentre estes contos, os que mais me impressionaram, foram os quais um mesmo personagem se repetia, "O Horla", um homem atormentado e sujeito às alucinações. Um dia, ele não viu mais seu reflexo no espelho, ele fora devorado. Ao invés de sua imagem dentro daquela moldura, ele via monstros, cadáveres horrendos, seres atrozes e, como ele diz,
"todas as visões inverossímeis que devem habitar o espírito dos loucos". A leitura destes contos me impressionaram muito e, também invadiram muitas das minhas noites de sono, em forma de pesadelos - isto tudo, antes mesmo de eu adquirir o tal livro que assim dizia em alguma página: "Quando permanecemos muito tempo sozinhos, povoamos o vazio de fantasmas."... desta frase eu já sabia de seu significado.

Quando cheguei da minha maravilhosa excursão européia, fui direto para Bragança, para amenizar o impacto da chegada - é muito comum que viajantes, após um grande período fora de seu país, sinta uma depressão ao retornar para o país de origem, ainda mais se tratando em voltar ao Brasil na cinzenta e ameaçadora cidade de São Paulo. Telefonei para a Gabriella, no ap.4, para dizer que já estava de volta Brasil, mas ficaria por mais uma semana em Bragança e queria saber como estavam as coisas no apê. Após toda a introdução desta conversa ao telefone, em que falei um pouco da viagem, inesperadamente, a dramática a Gabriella disse-me para eu me mudar deste apartamento:

- ... Dênis, eu queria te dizer que... que acho que seria bom você se mudar deste apartamento. Sei lá, aqui tem muita coisa velha que você precisa jogar fora, coisas que não lhe servem pra nada...

De alguma maneira eu já pressentia tudo o que ela iria me dizer, mas não de forma tão contundente.

- Mas por quê Gabi? Aconteceu alguma coisa?

- É que eu acho, que aqui está muito carregado de energias negativas, pesadas!


- Como assim? O que aconteceu?

A Gabriella, que me conhece há mais de 15 anos, sempre soube que eu era muito cético, que eu sempre achava uma explicação lógica para qualquer evento extraordinário que acontecia e, ela, como meu oposto complementar, sempre foi muito ligada as coisas místicas e atenta as manifestações do outro mundo. Então ela não sabia muito bem como me contar o que estava acontecendo no ap.4, sem que eu debochasse das suas impressões.

- Então, Dê... não sei, logo na primeira semana que fiquei aqui, não conseguia me erguer do sofá e a louça foi acumulando na pia. Você me conhece, eu tenho toque compulsivo para limpeza! E além do mais, minha vida deu uma desandada absurda nestes últimos dois meses. Encrencas inesperadas que não dá para acreditar.

- Nossa Gabi, o que tá acontecendo aí?

- Então, fora isso, percebi que aqui que tem umas energias plasmadas, muito carregadas. Eu juro que não tô brincando...

- Acho que estou entendendo, fala mais, que depois preciso te contar um negócio à respeito disto... - disse eu, para encoraja-la a desembuchar de vez.

- Eu não consegui dormir aqui quase nenhuma noite, de tão forte eram as manifestações... juro! É sério! Teve uma noite, quando fui dormir, senti um bafo na nuca, com um terrível mau hálito e, em seguida, soltou um berro assustador na minha orelha. Tô arrepiada só de contar!

- Jura Gabi? Eu também passei por umas coisas estranhas aí, mas eu me convencia que eram somente pesadelo... mas continua, depois conto o que passei.

- Ai Dê, depois do grito na minha orelha eu me levantei assustada, achando que era loucura minha, que eu tava impressionada, enfim... depois de um tempo voltei a deitar. Me deitei de bruços e, imediatamente, antes de eu pestanejar, uma força negra me puxou, me levantando a quase um metro da cama... então eu gritei e cai de cara no colchão!

- Que louco, há muito tempo que eu também estou sendo perturbado no meu sono aí. Não é sempre, mas começou a ser mais freqüente de uns tempos pra cá. Achei que eu estava impressionado com os contos do Maupassant. Uma vez até comentei alguma coisa com a Manu, que eu havia sonhado que pulavam em minha cama, faziam o maior barulho e eu tentava abrir os olhos, me mexer, mas ficava por muito tempo imobilizado. Eu só conseguia despertar depois de rezar uma Ave Maria. Quando me deitava, sentia como se algo me sugasse pela nuca e pela espinha, de forma vertiginosa. Sem contar das inúmeras vezes que senti algo bater ou encostar em mim, e até mesmo a presença de alguém deitado ao meu lado.


Quando fiz as descrições das minhas perturbações noturnas, a Gabriella preocupou-se com a minha reação, pois eu nunca fui de me impressionar com estas coisas.

- Mas Dê, fica tranqüilo que eu tomei algumas providências e já está tudo muito melhor. Fiz umas limpezas espirituais por aqui. Pedi ajuda de uma amiga muito espirituosa, ligada nessas coisas. Antes de você vir para cá, mandarei alguém fazer uma faxina, pois casa está imunda também...

II
Exorcizando o ap.4!

Quite de exorcismo:

  1. Salmo 90*
  2. Água Benta do Mar Vermelho
  3. Vela Votiva
  4. Sal Bento (grosso)
  5. Muita reza!


Ao terminar a conversa, desliguei o telefone e contei para a minha mãe à respeito do que estava acontecendo no ap.4. Minha mãe é muito católica, reza por todo mundo lá em casa, vai na missa oito dias por semana e é ministra da Eucaristia da paróquia perto de casa (de Bragança).

- Tá vendo, eu falo que precisa rezar! Olha, filho, leva esta bíblia que seu irmão ganhou no casamento, e nunca abriu. Leia todas as noites o salmo 90* e peça proteção a Virgem Maria e ao Anjo da Guarda... ah, leva esta água benta que veio lá do Mar Vermelho, foi uma amiga do grupo de orações que me deu, essa água é milagrosa. Lembra que eu tive aquele problema no olho? Pois eu passei umas gotinhas desta água e, olha, ficou uma beleza, voltou ao normal. O médico achava que ia ficar alguma seqüela, mas não ficou nada!

*Em algumas bíblias é o salmo 91... não me perguntem o por quê!


Cheguei em Sampa com o "quite exorcisão", num domingo à noite. Minha mãe pediu para o meu irmão Douglas me levar de carro, pois eu tinha um monte de malas para carregar, então ela também veio e me acompanhou até eu chegar no ap.4.

Chegando aqui, minha mãe fez suas orações, benzeu a casa e foi embora. Ficamos eu, a Gabriella e... e... sabe-se lá o quê! Antes de dormir, eu a Gabriella, pegamos a bíblia que minha mãe me deu e rezamos juntos. E como não conseguimos viver sem achar graça das coisas a Gabi, riu e coçentou:

- Quem diria, que um dia eu e você iriamos rezar juntos com a bíblia aberta nas mãos! Ninguém que nos conhece bem, acreditaria nisto. Ahahahehe!

Deixamos a bíblia aberta em cima da cômoda de meu quarto e fomos conversar na sala. A certa altura do campeonato, lá pela uma e meia da madrugada, acaba a força! Não estava chovendo, não havia relâmpagos no céu, nenhum curto-circuito, nada! Simplesmente acabou a energia elétrica do prédio.

- Bom, pelo menos não é só aqui, se não eu diria que é obra do "Além da Imaginação". Disse eu em tom de brincadeira.

- É melhor nem brincar com isso. Onde você guarda as velas?

- Tem na cozinha, vamos ascender algumas.

Assim fizemos! Ficamos alguns minutos na escuridão iluminados apenas pelas chamas das velas.

- É melhor deixar uma vela em cada cômodo da casa. Disse a Gabi.

Deixamos uma vela no banheiro, outra na cozinha, outra na sala e, quando fomos deixar uma vela em meu quarto, eu disse:

- Vou aproveitar e deixar esta aqui do lado da bíblia.

PLUFT! Assim que repousei a vela ao lado bíblia, a energia voltou!

- Ave Maria cheia de graça... Eu e Gabriella, voltamos a rezar!

Fomos dormir. Não sei se eu ainda estava assustado com toda esta história, mas minha noite foi bem difícil e perturbada!

Na manhã seguinte, veio a faxineira que a Gabi havia chamado. Fechei a bíblia, tomei meu café e fui ensaiar
As Estrepolias de Fígaro. No final do ensaio, comentei com a Sílvia Mello, sobre os acontecimentos extraordinários do ap.4 e ela me recomendou:

- Leia sempre o salmo 90, e deixe a bíblia aberta nesta página. Amanhã eu vou lhe trazer um pouquinho de Sal Bento, você mistura com outro sal, que ele fica bento também. Faça uma limpeza na casa, com água e sal grosso, se o sal e água forem bentos, melhor. Você pode misturar num balde e depois passar com um pano, sempre no sentido de dentro para fora da casa... por último você limpa o banheiro e joga toda a água suja pelo ralo. Isto feito, leia em voz alta o salmo 90, deixe montinhos do Sal Bento nos cantinhos da casa e ascenda uma vela votiva pro Arcanjo Miguel.


Sal Bento e vela votiva, mais armas para afugentar os
Ghost's.

Cheguei ao ap.4, e a faxineira ainda estava lá. Ela, Vanusa, muito boa de prosa e sem saber de nada, com delicadeza me perguntou:

- Seu Dênis, você é católico?

- Sou de família católica, mas sou um católico meio sem vergonha.

- Ah, é que eu vi a bíblia ali e o santinho de Nossa Senhora da Aparecida, achei que fosse mesmo. Eu sou muito católica e devota de Nossa Senhora de Aparecida, já andei de joelhos em Aparecida para agradecer uma graça... Mas seu Dênis, eu ia falar para você não deixar a bíblia fechada. Deixa ela sempre aberta no salmo 90!

Salmo 90, ei-lo mais uma vez!

- Mas por quê, Vanusa?

- Ah, este salmo protege a casa e afasta os espíritos malignos!

Muita coincidência em tão pouco tempo! Ninguém tinha comentado nada com Vanusa, era a primeira vez que ela vinha no ap.4.

Faxina feita. Sílvia Mello veio benzer com o Sal Bento, o qual eu o multipliquei e transformei em Sal Grosso Bento, para arrancar as inhacas à toda força (e no rodo).

A Gabriella voltou para Santos, ficar na casa da mãe. À partir de goram estarei sozinho no ap.4, enfrentando o oculto.

Lá vou eu à batalha!




III
A Espada de São Miguel e o meu Canivete Suíço


http://www.flaviocosta.com/saomiguel/arcanjomiguel.htm

Comprei um quilo de incenso e mudei os móveis de lugar. Agora durmo no outro quarto - naquele, que servia de escritório, onde abrigava a minha estande de livros (que pertenceu aos avós do Gabriel que, quando eles mudaram de casa, estavam se desfazendo de algumas coisas e o Gabriel me levou lá para ver se precisava de algo... mais isto já é outra história) e também era o local onde ocorriam os carteados; o quarto original, virou uma sala de TV e meu closet, pois o guarda-roupa embutido ainda guarda minhas roupas lá; a sala se transformou numa sala de leitura e copa, sem os sofás, somente a estande de livros, o aparelho de som e mesa de jantar.

Resultado: a primeira noite no novo quarto foi muito trânqüila, dormi muito bem, mas a noite seguinte foi daquelas... até agora não sei até onde é sonho (ou melhor: pesadelo) ou onde é realidade. Depois de entupir a casa com fumaça de incenso (mais um acessório que adquiri para o "quite de exorcismo"), fui dormir confiando em uma noite tranqüila, mas...

PLUFT! PLUFT! PLUFT!

Acordei com barulhos, como se estivessem revirando todos meus livros da biblioteca, parece até que o Gasparzinho ficou revoltado com as mudanças na casa. Como se isto não bastasse, o mais terrível, nesta hora, foi tentar acordar. Eu não conseguia me mexer, sentia uma pressão no peito, como se alguém estivesse çontado em cima de mim, segurando com uma mão o meu pulso direito, que repousava acima da minha cabeça, e com a outra, pressionava a minha cara contra o travesseiro. Eu fazia força para tirá-lo de cima de mim, erq difícil até de respirar, mas só consegui me livrar do Encosto, quando soltei uç grito
"ARRRRRRRGH!" e o joguei, o que quer que seja, para fora da minha cama... assim, despertei.

Estou me sentindo exatamente como aquele personagem de Maupassant, não sei se estou ficando louco ou se o invisível é real. E como O Horla, no fim da historia, peço que alguém me ajude ou que me internem!

Li em algum lugar da internet, para evocar o Arcanjo São Miguel, pedindo para que ele e seu exército de anjos das milicias celestiais, me cobrissem com seu escudo de manto azul dourado e com sua espada de Fogo Azul Flamejante (imagino que é igual do Luke Skywalker!) para, cortar as almas penadas. Dizia também que, se eu possuísse uma espada, poderia, literalmente, cortar os fantasmas. Dizem que eles sentem muita dor com as feridas feitas com o corte da lâmina e se afastam. Não tive dúvida, não tenho nenhuma espada de Samurai, mas tenho o meu Super Canivete Suiço. Com a navalha aberta e com ele em punhos, digladiei com as assombrações golpeando o ar em movimentos ágeis (lembrei de um exercício muito usado no teatro para a preparação corporal, exercícios do Labam: cortar, talhar, decupar... finalmente coloquei em uso fora dos palcos!). Sempre em nome do Arcanjo Miguel e pedindo para expulsá-los daqui....

FLAP! FLAP! ZUM! FLIP! TOUCHÊ!


Continuei golpeando o ar, no quarto, na sala, na cozinha... com a outra mão esguichava água benta - aquela do Mar Vermelho - e, por fim, depois de muito estocar e rasgaros fantasmas, sempre em nome do Arcanjo Miguel, arremessei punhados do Sal Grosso Bento por todos os lados.

Agora acho que as assombrações estão em retalhos por aqui ou fugiram para alguma alfaiataria, para se remendarem. Espero que me dêem sossego nas próximas noites.

Amém!

...