quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Jogatina "do presidente ao cu" - Continuação

Acompanhe o final desta história ao som desta trilha sonora. Aperte o play:




O interfone toca interrompendo o blá-blá-blá. Todos ficam estagnados e surpresos. Ninguém queria atender ao interfone que tocava insistentemente.

- Acho melhor alguém atender o interfone, pois o Dênis não está aqui dentro para atender - disse o nosso sábio conselheiro Gabriel, que dá palpite mas fica sempre na dele sem se mexer.

- Ta bom, eu atendo - ofereceu-se a também iniciante Mawá – Alô? ... Alô-alô? ... Tem alguém aí? ... Quem é?

- Oi! Sou eu, o Dênis!

- É o Dênis pessoal! O que você tá fazendo aí fora?

- É que eu vim pegar a pizza e a porta bateu. Eu vim sem a chave... aperta o botão do interfone e abre logo a porta!

- Tá bom. Mas como é que eu sei que você é o Dênis mesmo?

- Ai-ai-ai! Liga a TV e põe no canal dez, você vai ver que eu tô aqui fora fazendo tchauzinho com as pizzas esfriando em minhas mãos! Abre logo, Mawá!

- Ihihih! Eu tava brincando entra aí!

Mistério resolvido: era eu!

Fim!

Dênis Goyos

Trilha: Blues Brother Theme

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Jogatina "do presidente ao cu"

Tudo pode acontecer quando há uma jogatina no ap.4. Há certa rotatividade das pessoas que freqüentam esta mesa de jogos, não sei exatamente o por quê, mas algumas pessoas jamais voltaram.

Um caso de sumiço típico foi o da Luciana que, após inúmeras vezes ganhar a cadeira do “presidente”, desapareceu! Dizem que ela está na Europa, na Itália, fazendo curso de palhaço. Curso de palhaço! Onde já se viu alguém fazer curso de palhaço!

Sei também que a Lana, uma jovem de longos cabelos loiros e de estatura para impressionar qualquer homem só compareceu uma noite nesta mesa. Com aquela famosa sorte de iniciante ela foi “presidente” por várias rodadas e depois sumiu. Quem a trouxe foi o Allan (que não comparece com regularidade neste jogo). Na ocasião eles estavam tendo um rolinho. Após o jogo, esta pirulitona de 1,90m, desapareceu. Dizem que ela foi para a Europa junto com a Luciana, chegaram juntas na Alemanha e, não se sabe bem o por quê, se separaram. Uma para Itália e a outra para França. Parece que a Lana foi fazer um curso de bufão. Curso de Bufão! Onde já se viu uma mulher com corpo esculpido pela prática do triathlon, querer se transformar numa deformidade? A não ser que... Oh, meu Deus! A não ser que ela já tenha partido deformada para a Europa! Será que o Allan tem algo a ver com isso? Mas pelo que meus informantes internacionais disseram, nem a Scotland Yard tem notícias destas duas.

Sábado passado, depois de seis meses do último jogo, decidi promover mais um carteado. Hesitei um pouco em chamar alguns dos amigos que mais estimo, pois temo que qualquer um deles desapareça também. Infelizmente descobri que teria mais algumas baixas: o Allan estava em algum fórum na Argentina, o Bruno, estava fazendo uma “longa viagem de volta pra casa”* e a Manuela, foi para Brasília num retiro espiritual (retiro espiritual em Brasília! Que coisa mais sem sentido. Em todo caso não comentei nada com o Gabriel, que é o namorado dela). Entre as presenças confirmadas estavam o meu fiel amigo Gabriel; a lavadora de louças - que nas horas vagas também participa do carteado – Paula; Pax, um árabe que batuca em vasos de vidro; o pequeno Fernando Helmans; a pequena Nath; Colin e sua mulher Úrsula e, os iniciantes, José Roberto, uma espécie ruiva em extinção ou uma peça rara que atende pelo apelido de ZeRo, e Marina Wanaransteinbergsteig, ou simplesmente Mawá pros mais chegados.

A partida estava marcada para as 20h, sugestão do Gabriel:

- É melhor marcar às oito, porque, mesmo marcando neste horário, eles só vão chegar às nove.

Como sempre ouço os sábios conselhos de Gabriel, marquei às 20h e, claro que o próprio Gabriel chegou às 21h. A primeira a chegar foi a Paula, pois, nestas ocasiões, ela sempre me ajuda com a louça de três semanas que larguei na pia. Ela tem um par de luvas de borracha na minha cozinha que são só dela! As 19:30, para minha surpresa, chegou a Nathalia, ela nunca chega em lugar algum com antecedência – achei isso uma atitude muito suspeita! À partir das 20:30 começaram a chegar os outros convidados nesta ordem consecutivamente: Mawá, ZeRo, Gabriel, Colin e Úrsula, Pax e no final da madrugada a Mari (namorada do Pax).Minha geladeira estava abastecida de cervejas e refrigerantes, a mesa da sala munida de salgadinhos diversos (inclusive o fandangos sabor presunto. Pois é, presunto. Eu não podia perder a promoção do Pão de Açúcar, sou um cliente “mais”) e no banheiro revistas sobre ciência e filosofia, para impressionar, dois livretos de contos - sendo de um de Allan Poe outro de Agatha Christie – para distrair e um rolo de papel higiênico novo. No aparelho de som rolava uma miscelânea de músicas, sem a menor coerência de estilos, baixadas do e-mule. Tudo pronto para iniciarmos a partida. Sorteamos as posições dos jogadores e logo percebemos mais uma baixa:

- Cadê a Nath? Perguntou a Paula.

Senti os olhares em volta mesa, ninguém queria responder a pergunta, até que coloquei minha diplomacia de anfitrião em jogo:

- Pedimos pizza agora ou depois de algumas rodadas?

- Pede agora que eu tô morrendo de fome. Até a pizza chegar já fizemos pelo menos uma rodada – assim falou Gabriel.

Mais uma vez segui os sábios conselhos de meu fiel amigo e o assunto “onde está a Nathalia?” dissipou-se no ar como a fumaça de um charuto.

Na primeira rodada, tínhamos o pequeno Fernando na presidência e eu na vice-presidência. Este pequeno imperador pretendia passar muito tempo no poder e a sabedoria deste monarca sabia que agora não teria mais aliados na mesa. Tratou de bolar estratégias para bater logo e se manter no poder, pois todos queriam seu posto.

De repente o interfone toca, logo no fim da primeira rodada. Quem seria à esta hora? Fui ao interfone:

- Quem é?

- É da Tutti Pizzas!

- Ah, mas é claro, já vou mandar alguém buscar.

Sempre pego minhas encomendas na porta do prédio, não deixo que estes entregadores entrem no meu apê, afinal, nunca se sabe se eles são eles mesmos.

- Gente é a pizza, quem quer buscá-las?

Silêncio.

-Tá bom, eu mesmo vou.

Mais uma vez Gabriel aconselhou:

- Não é melhor que alguém vá junto com você? Nunca se sabe o que pode acontecer a esta hora da noite...

Porém, este fiel amigo lançou o palpite e naturalmente, não se ofereceu para ir comigo. Nem ele, nem ninguém!

Respirei fundo, juntei a grana do pessoal e fui sozinho pegar a pizza... Quando abandonei o recinto, uma conversa suspeita se instaurou:

- E a Nath, hein? - perguntou Paula mais uma vez.

- Parece que ela disse que volta - respondeu-lhe Mawá.

- Aposto que não volta! - disse categoricamente o árabe Pax.

- A pizza tá demorando - preocupava-se o sábio e esfomeado Gabriel.

- Mas quem fez os pedidos? Eu não vi ninguém ligar para o disque-pizza - levantou preocupadamente a questão o iniciante ZeRo.

O interfone toca interrompendo o blá-blá-blá. Todos ficam estagnados e surpresos. Ninguém queria atender ao interfone que tocava insistentemente.

- Acho melhor alguém atender o interfone, pois o Dênis não está aqui dentro para atender - disse o nosso sábio conselheiro Gabriel, que dá palpite mas fica sempre na dele sem se mexer.

- Tá bom, eu atendo - ofereceu-se a também iniciante Mawá – Alô? ... Alô-alô? ... Tem alguém aí? ... Quem é?


(continua ...)

*título da peça em que o Bruno está em temporada no SESC Pompéia.

por
Dênis Goyos e colaboração de Paula Nigro
foto de ZeRO
Imagem do Google

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Teste de player



Deu certo!
Há tempos que eu queria colocar um player aqui. Graças ao meu vizinho virtual ZeRo, eu consegui. O ZeRo é um cara muito gente fina, deve ser por que ele é ruivo. É por essas e outras, que lanço aqui a campanaha "preserve os ruivos". Sim, o ZeRo descobriu que nós, os admiráveis ruivos, corremos o risco de sermos extintos até 2060. Eu já mandei congelar litros de meu esperma para garantir 5 gerações!
Valeu ZeRo!

"Grindhouse (Death Proof) - Hold tight!"
A música faz parte da trilha sonora do filme do Tarantino "À prova de morte". Não sei qual é a banda, nem os autores, mas é divertida e o filme é sensacional!

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Meu Bode!


O ano foi duro, poucos trabalhos lucrativos, a conta estourou e o aluguel ficou difícil de pagar. Eu tava num perrengue danado! Um amigo estava precisando de abrigo em São Paulo, por pouco tempo, só dois meses, era o tempo que eu precisava para me reerguer financeiramente. Moro sozinho neste ap.4, e não ap.04, há mais de três anos. Já me habituei ao silêncio da casa, aos cômodos vazios, à louça suja na cozinha, às roupas estendidas no varal como se fosse meu closet, à geladeira e a dispensa vazias, andar pelado, atender telefone no banheiro, entre tantas outras bizarrices da vida de um homem solteiro. Confesso, sou cheio de manias excêntricas. Mas são minhas manias e na minha casa não preciso dar satisfações a ninguém!

Enfim, aceitei a oferta do Bruno e acordamos que ele ficaria aqui por dois meses. Ele chegou exatamente no dia do meu aniversário - e que presente! - no dia dois de junho. No meio da mudança dele, eu recebia meus amigos que se espremiam entre as malas e móveis que o novo hóspede trazia para passar estes dois meses. Surpreendi-me quando seus pais pararam na frente da minha casa com o carro abarrotado de coisas, para que ele passasse aqui apenas dois meses. Trouxe até um carrinho de feira, que nunca foi usado.

As coisas por aqui sempre funcionaram bem, como já sabem diversos amigos meus defecaram em minha privada, com suas diferentes texturas, cheiros e formas. Na manhã seguinte do meu aniversário um prenúncio em minha privada: pela primeira vez encontrei-a entupida. Logo pensei que alguém poderia ter jogado papel ou qualquer coisa que amigos alcoolizados jogam em privadas alheias. Preocupado e olhando aquela água transbordando, Bruno me pergunta:

- Entope sempre?
- Nunca vi isso antes! Respondo eu.
- E agora?
- O que se há de fazer? Vou dar um jeito nisso.

Lá fui eu com um desentupidor de pia e luvas de borracha. Chuchei a água até que ela desceu. Mas no dia seguinte, antes deu ir tomar meu café da manhã, encontrei uma surpresa na privada: um cocô em forma de um kiwi inteiro e com casca - sim, kiwi, aquela fruta marrom e peludinha. Ele tava lá, no fundo, esperando pra partir, mas seu dono muito apegado não o mandou embora. Eu tive que mandá-lo água abaixo. O dono destas fezes de formato bizarro, já havia saído para trabalhar e quando voltou, não sentiu falta de nada, então achei que seria indelicado tocar no assunto, afinal, todos já esqueceram um dia de apertar a descarga, não é mesmo?

Passei a me encontrar com esse kiwi mergulhador, todas as manhãs, mas não seu dono. Quando eu chegava em casa ele já tinha saído. Era fácil de perceber se ele havia almoçado em casa, pois o cozinheiro fritava seus hambúrgueres com as janelas fechadas e era preciso usar uma lanterna para atravessar a neblina que se estendia da sala até a cozinha, impregnando os quartos também.

As vezes encontrava meu hóspede, quando eu chegava tarde em casa, cansado de uma balada ou de um trabalho que se estendeu até tarde da noite. Encontrava-o em meu quarto, sentado à mesa do computador, batendo papo no MSN. Mas logo ele desligava o computador e cedia o meu quarto. Logo que deitava pra dormir o telefone tocava, era a sua mãe que sempre ligava depois da meia noite para conversas mais longas (pois à noite as tarifas são mais em conta) e durante o dia ela ligava umas quinze vezes para conversas rápidas, mas ele não estava em casa em 50% das ligações nas quais no início eu atendia e dizia sempre

- Alô! Oi... não, nesse horário ele NUNCA está aqui, tenta no celular dele.

Não sei se não acreditava em mim, mas uma hora mais tarde o telefone tocava novamente... graças a tecnologia e ao serviço de identificação de chamadas passei a ignorar estes quinze toques diários.
Percebi que eu não iria suportar dividir por muito tempo o apê e como disse o Gabriel:

- É Dênis, o Bruno é o seu "bode"!
- Como assim?
- Você não conhece aquele conto chinês? O chinês procurou um velho sábio pois estava passando por dificuldades com a família, brigava o dia inteiro com a mulher e seus filhos só traziam problemas. Então o velho deu um bode de presente ao homem e aconselhou-o criá-lo em casa. O homem levou o bode para casa sem entender como aquilo poderia ajudá-lo. Seis meses depois encontrou o velho sábio e devolveu o presente dizendo "este bode esta acabando a mobília da minha casa, está fazendo uma sujeira danada, já comeu até as minhas roupas" e o velho perguntou "e sua família como está?" "minha família? Ah, vai bem, mas esse bode!"... Entendeu? O Bruno agora é o seu bode que caga kiwi!

De fato o Gabriel e o sábio chinês tinham razão, todos os problemas da minha vida agora era o meu hóspede. Resolvi que não queria mais nenhum problema em minha vida, o prazo de dois meses estava por terminar, só faltavam duas semanas!

Quando faltava apenas uma semana para a saideira do Bruno, percebi que não a havia nenhum movimento para a saideira. Tomei a iniciativa e foi falar com ele:

- É... o Bruno! Semana que vem termina os dois meses...
- Então Dênis, era isso que eu queria conversar com você... (imaginem o que passava pela minha cabeça neste instante: Ai!).
- Conversar?...
- É, eu queria saber se eu poderia ficar aqui mais um tempo, sei lá de repente até o fim do ano... Será que dá?

Quem me conhece sabe que eu tenho enormes dificuldades em dizer não as pessoas, sempre acabo cedendo, mas desta vez eu não poderia mais continuar com o bode na minha casa. Respirei fundo e ignorei o que ele dizia:

-Béér, bééééééér? Béééérr béér bé béééé, bééééér bé béé béér?
-NÃO! NÃO dá!

Mas ele continuou argumentando:

- Mas, bééé´bééé, béér uma semana?
- (suspiro) Tá bom, mais uma semana eu agüento!

Uma semana depois soltei o bode no mundo, ele está morando numa casa grande, dividindo com mais duas pessoas e tem quarto só pra ele. Eu fiquei com o apê todinho de volta pra mim, só meu... dias de liberdade novamente, a sala vazia só para mim, o cozinha desocupada e só com as minhas sujeiras, meu computador desocupado, o escritório sem o hóspede, o telefone não tocava mais quinze vezes por dia, só uma vez ou outra a semana inteira... só eu e o ap.4 totalmente vazio... Vazio! Vazio? ... (Ih, bateu um sentimento de profunda solidão) Gente, alguém sabe de algum bode desabrigado? 
Dênis Goyos

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Voz alguma


quando quero falar, me calam!
quando me calo, é porque não falei
quando berro: cala-a-boca,
que eu ainda não terminei

o silêncio é escuro
minha voz tá muito fraca
meu grito é um sussurro
quero ser a voz, que mata, de uma matraca

se fico tagarela,
minha
consciência gela
debruço-me na janela
e fico com um nó em minha goela

choro de noite no escuro
engulo a seco um grande berro
não ronco nem murmuro
e o meu erro... é, às vezes erro!

sons da vizinhança
nenhuma esperança
choro de qualquer criança
lembrei daquela trança
solidão que não
descansa
e a vida dança
e a vida dança
e a vida dança

e a vida da vizinhança
e a vida da esperança
e a vida da criança
e a vida daquela trança
e a vida que não
descansa
e a vida dança
e a vida dança
e a vida dança

Dênis Goyos

Bonecos 2

Olha eu aí, tô parecendo um dos componentes da banda Kiss, ou do Laranja mecânica, rsss! Isso faz parte de um TCC de uma turminha muito bacana lá FAAP, é uma produção dos alunos de Rádio e TV, quem dirigiu foi a Gabriela Lima.

Bonecos 3

Uma produção dos alunos de Rádio e TV da FAAP - Junho/2007
Direção - Gabriela Lima

Bonecos 4

Olha eu aí numa produção dos alunos de Rádio e TV da FAAP - Junho/2007
Direção - Gabriela Lima

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Apartamento conjugado


No meu prédio sempre tem alguém reformando algum apartamento. Uma coisa que eu nunca entendi é: por que é que toda obra começa às 7h da matina, fazendo o maior barulhão e termina às 5h da tarde no maior silêncio? Vai entender!

Numa dessas manhãs - às 7h, pra ser mais preciso - fui acordado por fortes pancadas de algum demolidor implacável. Parecia que alguém tinha invadido meu apartamento e começado uma reforma na minha sala. Porém meu sono era mais forte do que as pancadas, virei-me de lado e voltei a dormir. Fiz isso repetidas vezes durante essa manhã, finalizando meu sono em várias prestações de 15 minutos. Só voltei a ter um sono mais contínuo e tranqüilo depois de uma pancada triunfal que parecia ter derrubado o prédio inteiro.

Minha vontade de dormir era maior do que qualquer terremoto. Só me levantei depois de recuperar as horas de sono interrompidas pelo demolidor. Quando finalmente levantei-me, fui, como de costume, direto ao banheiro, dei aquela olhadela rápida em minha sala, entrei no banheiro e voltei para trás... lá estava um buraco em minha parede, já com uma massa fresca de reboco de cimento tapando o rombo e fragmentos dela por todo o chão, por cima da TV e dos móveis da sala. Ao olhar aquilo não titubeei nem por um segundo, continuei minha trajetória ao banheiro e depois fui à cozinha preparar o meu café da manhã.

Só depois de tomar devidamente meu café e ter me banhado, fui até a vizinha do ap.3, e não ap.03, tomar satisfações. Respirei fundo e apertei a campainha. Imediatamente ela e o pedreiro Gerson, que também mora no prédio, abriram a porta e antes deles dizerem qualquer coisa logo me adiantei:

- Então, vamos fazer nossos apartamentos conjugados?

- Ai Dênis, me desculpa. O Gerson tava colocando esses ganchos de rede na minha sala, mas não sabia que a parede era tão fina.

Que era fina eu já sabia há muito tempo, pois ouço minha vizinha, que é cantora, aquecer a voz e ensaiar suas canções, todas as tardes.

- Ih rapaiz, cê viu que parede fininha? Não sabia que era tão vagabunda. Eu tava marretando aqui e atravessou! Depois até fiquei olhando pelo buraco, pra vê se tinha alguém aí dentro, mas acho que o cê já tinha saído né? Porque com o barulho que tava fazendo não dava pra dormir, não. Ehe-ahah!

- Ai Dênis, será que estragou mais alguma coisa? Quebrou a TV?

- Não quebrou nada, não. Só a parede.

- Pode deixar que eu arrumo, viu, o seu Dênis. Eu passo uma massa corrida aí e depois pinto a parede. Mas vai ter de pintar a parede toda senão vai dar diferença, fica aquela mancha.

- E deixa que eu que eu acerto tudo com o Gerson, tá bom?

- Tá bom.

No fim o Gerson, remendou direitinho o buraco e pintou a parede da sala, que ficou linda, ela estava mesmo precisando de uma pintura. E ainda por cima, contratei-o pra fazer uma reforma na minha cozinha a qual ele começou no dia seguinte as 7h da matina!

Dênis Goyos

Corrigido por Paula Nigro.

terça-feira, 18 de setembro de 2007

Crônica de sangue!

Como viram, meus amigos ficam à vontade para defecar em meu apê, então eu também me sinto à vontade para conversar com eles sobre certos assuntos íntimos e desagradáveis. No intervalo de uma reunião de trabalho, logo que a Manu saiu do banheiro, reclamei com ela, pela milésima vez, sobre... sobre um desconforto que tenho já há algum tempo:

- Sabe quem voltou? E que eu encontrei lá no banheiro de casa?... Minhas hemorróidas! Voltaram, não sei mais o que fazer!

- Crêdo Dênis, essa sua hemorróida já deve ser CRÔNICA!

Crônica, essas palavra passou a me perseguir desde então. Arregalei meus olhos com aquela expressão de "como assim?" e a Manu, entendendo a pergunta estampada na minha cara respondeu:

- É, CRÔNICA, uai! Você já reclama disso há tanto tempo que já virou CRÔNICA.

Mesmo assim não entendi o quê isso significava. CRÔNICA? A última vez que tinha ouvido esta palavra, foi quando minha tia Bernadete leu meu blogue e depois veio comentar comigo:

- Ah, li seu bogue. Gostei das CRÔNICAS!

De cara, achei que se tratava de um elogio. Mas se houver alguma relação com as minhas hemorróidas CRÔNICAS, minha tia pode ter feito crítica muito irônica e arrasadora!

Fui evacuar e levei o Aurélio comigo. Entre um esforço e outro... lá estava: "Crônica sf. 1. Narração histórica, por ordem cronológica. 2. Pequeno conto, de enredo indeterminado. 3. Vida de alguém." , parece que as três explicações se referem ao que tenho escrito. Engraçado, pode parecer neurose minha, mas não é que enxergo alguma relação direta com as minhas hemorróidas: "Pequeno conto, de enredo indeterminado"! Sem dúvida tem relação com as minhas hemorróidas. Continuei no dicionário e logo abaixo vinha: "Crônico adj. 1.Que dura há muito. 2.Persistente, inveterado. 3. De longa duração (doença)". Se não fosse pela explicitação entre os parenteses do item 3, já estava achando que minha tia queria dizer que escrevo textos longos demais. Será?

Apertei a descarga, me limpei e vi aquela mancha vermelha no meio da sujeira do papel higiênico. Foi olhando para aquela mancha escatológica, que uma dúvida passou a me atormentar: seria caso para uma cirurgia ou será que uma pomadinha resolveria?

É estranho que, quando expomos uma coisa assim tão intima e constrangedora, outras pessoas que também passam por sofrimento similar, acabam se revelando e tornam solidários. O Alex, que trabalha comigo, ouviu a história e logo veio dar seu testemunho consolador:

- Eu precisei fazer cirurgia, fiquei mais de mês sem poder sentar! É uma dor horrível! Você precisa ir ao médico.

- Qual médico?

A resposta não veio, niguém sabe ao certo qual o especialista desta região. Seria um proctologista, um hendócrino, um gastro, um vascular? Ai, morro de vergonha só de imagnar a consulta, o exame, arrrrgh!!

Resolvi pesquisar no google. Vi que as hemorróidas podem ser hereditárias - ah, não vou culpar meus pais por mais esse trauma em minha vida, muito menos expor suas intimidades, já basta expor as minhas. Descobri, também no google, que ler no momento da evacuação não é bom. Fiquei cismado com esta informação, será que qualquer leitura prejudica as hemorróidas? Ou será que que só as revistas semanais? Tenho observado que elas ficam mais agudas quando leio algo mais complexo como, quando lia o Zaratrustra, do Nietzsche - só de soletrar o nome dele, as maleditas, já ficavam a flor da pele. O pior foi, quando, durante o ato fatídico, cai na besteira de ler a obra ao som de "Also sprach Zarathustra" do Strauss... meus olhos quase lacrimejaram sangue!

O google aponta como especialista o proctologista. Também faz uma revelação surpreendente: cerca de 60% da população, sofre, sofreu ou sofrerá deste desconforto. Poucos escaparão! Portanto não riam da minha situção, pois um dia é muito provável que você se torne mais uma vítima.

Então, fui até a farmácia para comprar uma pomadinha que minha mãe recomendou. Mas, chegando lá, não me lembrava do nome da pomada. No balcão havia dois atendendes, um estava desocupado e o outro atendia uma mocinha muito linda e simpática. Eu fiquei disfarçando olhando as plateleiras de vitaminas ao lado, até que a mocinha ir embora. Quando ela foi embora, fui até o balconista e pedi, com aquela voz embargada pelo constrangimento, a tal da pomadinha:

- Por favor, você tem alguma pomada para... para hemorróida?

Gente, o balconista era surdo! Usava um aparelho no ouvido.

- Pomada pra quê?

Uma freira surgiu derepente, logo atrás de mim escolhendo vitaminas na outra prateleira. Eu precisava da tal pomada.

- É, eu quero uma pomada para...

O outro balconista que etava ao lado, gentilmente me ajudou na comunicação e disse bem alto no ouvido do colega:

- É a ultraprocto, aquela pomada para hemorróida.

Prontamente atendido, olhei para traz e a freira ainda não tinha escolhido a vitamina que iria levar. O balconista volta com a caixinha e me explica como usar a medicação:

- É pra uso externo, viu? Ela vem com uma cânula furadinha dos lados. Vê aqui na bula, você primeiro passa em volta do anel e depois introduz a cânula no...

Acho que ele iria falar rabo! Tenho certeza, ou algo pior! Minha reputação estava acabada! Interrompi o atendente antes dele terminar a imprudente frase:

- Ótimo, quanto é?

Eu já suava frio, queria sair dali o mais rápido possível, desaparecer. Peguei a caixinha e fui correndo ao caixa. Logo atrás de mim, a freirinha. Ela também parecia emcabulada, talvez por respeitar a minha condição. Paguei ao caixa e fui saindo sem pegar o troco. Ao perceber, voltei ao caixa, a freira estava passando suas vitaminas e, entre elas... uma caixinha de ultraprocto! Nos olhamos, trocamos aquele sorriso amarelo, peguei meu troco e fui correndo pra casa.

(...) Alguns dias depois... a CRÔNICA, ainda não acabou. A pomada não funcionou. E olha, que segui direitinho a orientação da bula! ARRRRGH!

Dênis Goyos

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Sente-se e fique à vontade!

O meu cantinho predileto para ler, estudar, distrair e me atualizar, é sentado na privada aqui de casa. Apesar da máquina de lavar roupas ficar bem ao lado da privada, todos meus amigos, freqüentadores do ap.4, já passaram instantes tranqüilos e reconfortantes sentados ali.

Parece incrível, muitos diriam que é difícil usar o vaso alheio, mas aqui em casa é comum. Até os mais tímidos ficam à vontade para deixar seu material fecal ali. O Gabriel, por exemplo, é um dos maiores usuários, basta ele comparecer ao fim da tarde em casa e... batata:

- E aí Dênis, beleza?... Peraí, preciso dar um cagão! Tem uma revista aí?

Desculpem-me, mas é esse o linguajar que meu nobre amigo, que carrega sete sobrenomes de famílias respeitadíssimas, usa. Se o Gabriel já sentou neste vaso, várias vezes, naturalmente que sua namorada, a Manu, também se sentiu confiante o suficiente para ali defecar. Mas, a pessoa que mais me surpreendeu foi a Nathalia, que apesar de sua delicadeza, vocabulário bonito e uso sempre correto da gramática, deixou um rastro gasoso que demorou algumas horas para se dissipar. Rastro que se alastrou pelo apartamento inteiro.

- Dêco (é assim que ela me chama), desculpe-me, acho que ingeri alguma substância alimentícia que provocou este desconfortável odor em sua latrina.

Não de posso deixar de mencionar um caso de emergência. A Janete, quando voltávamos juntos do trabalho, pediu desesperadamente para parar em casa e usar o banheiro.

- Dê (é assim que ela me chama), posso parar um pouquinho na sua casa, acho que eu não vou conseguir chegar na minha à tempo.

- À tempo de quê?

Logo entendi o pedido desesperado. Alguns dias depois, já era possível respirar em casa sem o artifício do desodorizador de ar.

Eu poderia ficar aqui só nomeando as pessoas que ali sentaram, como a Paula, o Alê, o Alex, o Allan, o Fernando, a Tatiana, a Marina Waiwdstein, o José Roberto, o Bruno (este último é um caso á parte, depois contarei sobre o período em que ficou hospedado em casa e os kiwis que esquecia de mandar água abaixo, isso quando não entupia tudo) entre outros, que se não fazem na entrada, fazem na saída! Até agora, ainda não entendi, se a passagem deles em meu banheiro, é um sinal de confiança ou um sinal que meu apartamento é um verdadeiro purgante.
Alguém me recomenda alguma leitura? Está chegando a minha hora. Ops! Tchau!
Dênis Goyos

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Faxina por engano

Antes de eu me mudar para o ap4, eu morava como minha irmã e meu cunhado num apartamento grandão, com duas vagas na garagem, dois elevadores, portaria, jardim, salão de festa etc, etc, etc.
Numa destas belas manhãs de verão, eu dormia até tarde pois na noite anterior, aproveitei que minha irmã e meu cunhado não estavam e convidei alguns amigos para bebericar umas cervejas e refrescar a noite. Pela manhã a casa dormia, com aquela pequena desordem largada pelos visitantes da noite anterior. Levanto lá pelas 10:30 e vou até a cozinha, preparar meu cafezinho matinal em minha cafeteira italiana, quando percebo um movimento estranho na área de serviço. Fiquei um pouco apreensivo, havia alguém ali. Aproximei-me devagar e... lá estava! De costas, passando uma montanha de roupas - que alívio, não era um ladrão e não precisarei mais sair de camisa amassada por aí. Mas espere, pensei em voz baixa: "a faxineira só vem uma vez a cada 15 dias, além do mais ela é baixinha, gordinha e já tem idade avançada!"
Concluí: "Tem alguma coisa errada."
Logo percebi que minha cozinha estava completamente arrumada, todos os copos abandonados com restos de cerveja da noitada, já estavam limpos, secos e devidamente guardados. E mais, a sala estava limpa, sem nenhum resquício do que acontecera na última noite. "Tem alguma coisa errada!" pensei novamente (novamente, pois nestas manhãs o cérebro, já nauseado pelo teor de álcool, costuma ser mais lento que o costume).
Finalmente tomei a iniciativa e disse:
- Moça! Moça...
Ela leva um pequeno susto ao me ver.
- Oi! (ela me cumprimenta timidamente)
- Você é?...
- Ai, você deve ser o sobrinho da Dona Tereza, vi que o quarto tava fechado e não quis fazê muito barulho.
De fato ela trabalhou silenciosamente, não escutei nada enquanto ela limpava a casa. Mas espere aí, ela disse dona Tereza?
- Você disse dona Tereza? Aqui não mora nenhuma Tereza!
- É sim. Você não é sobrinho dela? Quer dizer... (aos poucos, muito aos poucos, ela vai se dando conta da confusão) Eu tava grávida ano passado e parei de vir... Agora que o nenê tá grande, combinei com Dona Tereza de voltar hoje...
- Mas aqui não é casa da Tere...
Ela tentava explicar para ela mesma, e ia ficando cada vez mais sem jeito, nervosa...
- Achei mesmo que a dona tereza tinha mudado os móveis, o piso... ela tirou os carpetes né?
- Calma você não está entenden...
- Cadê o cachorro? Abri a porta com cuidado pra ele não latir! .. Ai meu Deus!
- Como você entrou?
- Com a chave!
Ela me aponta a chave que usou para abrir a porta da cozinha. Vou até a porta para conferir. Incrível, ela tinha a chave de casa!
- Ai meu Deus, eu falei com o moço crente da portaria, um que tava lendo bíblia, perguntei se a dona tava aí. Ele disse que não, que eu podia subir.
Nesta altura do campeonato, a moça já esta va aos prantos e eu com uma enxaqueca danada não conseguia interromper o desespero que ia tomando conta dela.
- Aqui não é o sétimo andar?
- Calma, aqui é o quarto andar!
- Dona Tereza vai me matar!
- Qual seu nome?
- (aos prantos) Ela vai ficar muito brava comigo!
- Calma, eu converso com ela. Qual seu nome?
- Desirrêhhh.
- Você sabe qual é o número do apartamento da dona Tereza?
- (soluçando) achei que era aqui!
- Mas não é. Calma, você disse sétimo andar não é? Vamos lá, eu vou com você.
- Mas e se não for lá?
- No sétimo só tem dois apartamentos, agente aperta a campainha e vê. Toma uma água.
Após acalmar um pouco a Desirrê, subimos para o sétimo andar. Aperto a campainha e... nada. Ninguém responde. Achave não funcionava nesta fechadura. Tentamos o outro apartamento, aperto a campainha e... atende a porta uma senhorinha, que abre a porta com a correntinha de pega ladrão.
- Pois não?
- Aqui é a casa da Dona tereza? (pergunto eu, afinal Desirrê, já não tinha mais condições de falar)
- Quem?
- Tereza.
- Não, não. Não conheço Tereza alguma.
Voltamos para o meu apartamento. Finalmente tive a Brilhante idéia de interfonar ao porteiro:
- Oi seu Antônio, tudo bem? Olha, o senhor sabe qual é o apartamento da dona Tereza?
- É o no nono, por quê?
- É que a faxineira dela tá perdida, veio no meu apartamento, abriu minha porta com chave dela. Agora não sabe qual é o apartamento da Tereza.
- Ah, foi uma moça magrinha com cara de crente, que subiu aí?
- Isso.
- Mas é burra mesmo, não!
- Pois então seu Antônio, sabe qual o número do apartamento que ela tem que ir?
- Não sei, só sei que ó no nono.
- Tá bom, obrigado.
Lá fomos nós, eu a Desirrê, que ainda chorava e se lamentava.
- Como aconteceu isso? Achei que você fosse o sobrinho dela, que vinha de vez enquando. Ela não vai me querer mais...
- Calma, é no nono.
Chegando no nono andar logo ouvimos os latidos de um cãozinho invocado, atrás da porta do ap. 91.
- Desirrê, reconhece o latido?
Ainda confusa, mas num suspiro de alívio ela diz:
- Sim, é o da dona Tereza!

Dênis Goyos

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Dieta da esfiha

Ultimamente aderi a dieta da esfiha aberta. A atendente da Tutti, já me trata com intimidade ao telefone quando ligo par fazer meu pedido. E com esta história de bina, ela já sabe que sou eu ao telefone:
- Tutti pizzas e esfihas, boa noite sr. DÊNIS. Duas esfihas queijos, uma rúcula com tomate seco, pra você e para o Gabriel uma carne, uma frango com catupiri e outra de queijo? A Manu também está? Vai querer uma de chocolate?
Que atrevimento, ela sabe até quem freqüenta minha casa! Acontece que, coicidentemente, o Gabriel está sempre lá em casa quando ligo para a Tutti e a Manu, sua namorada, também está vez ou outra. Eu não queria acusar ninguém de nada, mas foi o Gabriel quem me apresentou a Tutti. Mas enfim, às vezes, para contrariara moça do atendimento e fazer ela entender que não sabe tudo da minha vida peço outros sabores, os mais estranhos:
- Não, não. Hoje eu vou querer uma de mussarela de búfala sem tomate seco e uma cheder com palmito.
- Pro Gabriel as de sempre mais a de chocolate para a Manu?
- Não moça, hoje é só pra mim mesmo, meus amigos não estão hoje aqui. Ah, por favor me envia uns limões também e chá gelado de pêssego.
- Ok, sr. Dênis. Seu endereço é na Rua tal e tal n° X e ap 4.
- Isso 4, e não 04!
- Forma de pagamento.
- Traz troco pra vinte.
- Tudo bem, entre meia hora e quarenta minutos estará aí.
Que nada, sempre demora um pouco mais, o entregador até agora não entendeu que 4 não é 04! Ou talvez ele não acredite que alguém possa pedir todos os dias esfiha. O fato é que o morador do 04, não gosta de massas, ele é diabético:
- Não, eu não pedi nada! Nem hoje, nem ontem. E NÃO PEDIREI AMANHÃ, NEM NUNCA! EU ODEIO ESFIHA! O-D-E-I-O! ENTENDEU? Isso pode me MATAAAAARRR!
Não sei se o entregador não entendeu o recado ou se ele gosta mesmo é de se divertir se fingindo de burro... peraí, tá tocando o interfone. Vou parar por aqui, chegaram minhas esfihas.

terça-feira, 14 de agosto de 2007

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

Conhecendo as ruas parisienses

Eu e meus pais fomos visitar minha irmã na França. Os sogros de minha irmã fizeram a gentileza de nos levar nas principais ruas da tão famosa "cidade luz", onde registrei estas imagens com uma pequena máquina digital fotográfica.

Amém Rural Além

Enquanto eu estava viajando pela França, meus grandes, queridos, adorados e amados amigos também produziam um vídeo. Mas precisei voltar e ajudar na edição para poder publicar esta obra-prima da Manuela Figueiredo, contando com a exepcional atuação de Gabriel Terra, Nathalia Catharina e do agregado Diego Tadeu, sem falar da extraordinária trilha sonora do Gabriel (agora falo isso sem nenhuma ironia, é sensacional mesmo).
Este é um vídeo clipe rural, surreal, psicodélico e sacro.Um homem caminha. Coisas estranhas acontecem. Mistério...

Apresentação.


Suspeito que meus amigos gostam do almoço semanal lhes que ofereço - meu feijão com arroz supera qualquer restaurante por quilo. Muitas vezes os convido para um carteado, que varia entre estes três jogos prediletos da turma: "do presidente ao cu", pocker e burro. Outras atividdes bizarras também acontecem lá em casa: ensaios muicais, ensaios de gagues, cenas teatrais, formatação de infindáveis projetos de grande supremacia e importância cultural.

Porém eu sou este cara que por vezes fica sozinho também, me recolho neste AP4, e não Ap"04", e fico horas ou dias em introspcção, pensando na morte da bezerra, até que... alguém me telefone e me convide para ir oa cinema ou tomar umas biritas.

Sou muito ocupado, minha vida não é só entretenimento! Faço ao menos um teste de comercial a cada quinze dias, ganhando aquela fortuna do cachê teste de R$30,00. Participo de, no mínimo, dois espetáculos teatrais, sendo um infantil (e ainda tem outro em processo de ensaios) e um para adultos. Como se isso não bastasse, pois nenhum dos dois me ajudam a pagar o aluguel deste AP4, também sou clown e trabalho em hospitais infantis.

O ap4 é um pouco bagunçado, recebo minha querida faxineira a cada 3 semanas, estão às vezes me perco nesta zona e não sei mais quem sou eu ou... do que eu estava falando mesmo?